O cérebro também passa pela menopausa
O cérebro também passa pela menopausa Muito se fala das ondas de calor, da pele, dos ossos… Mas o cérebro também é um dos órgãos mais impactados pela queda dos hormônios femininos, especialmente do estrogênio. E não estamos falando apenas de sintomas: exames modernos de imagem cerebral (como a tomografia por emissão de pósitrons — PET scan) mostram que há, sim, uma reorganização da atividade cerebral nessa fase da vida. Em estudos conduzidos pela Dra. Lisa Mosconi, da Weill Cornell Medicine (EUA), foi possível observar que áreas do cérebro diretamente relacionadas à memória, regulação emocional, sono e clareza mental têm redução temporária de energia metabólica durante e após a transição da menopausa. Por que essas mudanças acontecem? O estrogênio não atua apenas no sistema reprodutivo, ele tem papel crucial no cérebro feminino. Ele influencia: Durante a perimenopausa (fase de transição), a flutuação e queda desses hormônios afetam essas áreas, podendo gerar: Essas mudanças podem parecer assustadoras — mas para a maioria das mulheres, são temporárias. Em estudos de acompanhamento, após 1 a 2 anos da menopausa, houve recuperação da função cerebral em diversas regiões. E quando se preocupar? É importante diferenciar o que é esperado das alterações que merecem investigação clínica. Se os esquecimentos estão afetando sua rotina, sua autonomia ou suas relações, procure orientação médica. Também vale atenção se há: O que pode ajudar? Diversos estudos mostram que o estilo de vida tem papel fundamental na saúde cerebral durante o climatério: Em alguns casos, a terapia hormonal pode ser indicada, sempre com avaliação médica criteriosa. Há ainda opções não hormonais (fitoterápicos, nutracêuticos, psicoterapia) que podem ser associadas conforme o caso. O mais importante? Saber que essas mudanças não são “fraqueza”, “exagero” ou “idade”. São parte de uma fase natural, que merece atenção, informação e acolhimento. Se você está passando por isso — ou conhece alguém que esteja — saiba que é possível viver essa etapa com saúde, consciência e equilíbrio. Fontes: – Weill Cornell Medicine / Lisa Mosconi – Women’s Health Initiative (WHI) – Harvard Medical School– The North American Menopause Society